Hemodiálise
A Doença Renal Crônica é um problema de saúde que atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e raças. Além dela, existe a Insuficiência Renal Aguda, que pode se instalar como complicação de diversas condições clínicas, cirúrgicas e obstétricas. Ao ser diagnosticado e iniciar o tratamento de diálise, o paciente entra em um mundo totalmente diferente e vê sua rotina e hábitos mudarem.
Essa cartilha é resultado de uma equipe multiprofissioanal e tem por objetivo fornecer informações a cerca da insuficiencia renal aguda ou crônica e da Hemodíalise como modalidade de TRS.
Ela vai orientar e auxiliar os profissionais de saúde, os pacientes e seus familiares.
Bora lá ?
APRESENTAÇÃO
Vou me apresentar: Sou o Jorginho, Técnico de Enfermagem. Trabalho há 29 anos realizando o serviço de hemodiálise e estou aqui para lhe dar algumas explicações importantes.
Você sabia que...
...a primeira hemodiálise realizada em humanos aconteceu em setembro de 1945, em uma paciente chamada de Maria Sofia Schafstadt, e foi coordenada pelo Dr. Kolff.
O que a palavra HEMODIÁLISE significa?
Hemo: Sangue; Diálise: limpeza. Logo Hemodiálise: limpeza do sangue.
A hemodiálise é indicada quando o paciente perde sua capacidade de funcionamento dos rins, o que pode ocorrer de modo temporário - Insuficiência Renal Aguda, ou permanente - Insuficiência Renal Crônica.
No caso de perda de função renal permanente, o paciente precisará do tratamento dialítico pelo resto da sua vida.
O rim é responsável pela limpeza e filtração do nosso sangue, eliminando as toxinas nele existentes e também evitando o excesso de líquido.
Quando o nosso rim para de funcionar aí entra a Hemodiálise, que remove do corpo os resíduos prejudiciais à saúde.
COMO FUNCIONA?
Na hemodiálise, a máquina recebe o sangue do paciente por um acesso vascular, que depois é impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise.
O dialisador elimina as toxinas em excesso e devolve o sangue limpo para o paciente pela outra via de acesso vascular.
São duas soluções misturadas no interior da máquina, junto com água tratada.
A primeira solução é a de hemodiálise, que é formada pela solução ácida. Ela deve estar sempre datada, porque sua validade é só de três dias.
A outra, é a solução básica, que após o procedimento deverá ser descartada, não podendo mais ser utilizada.
CONHEÇA OS FATORES DE RISCO
A Insuficiência Renal Crônica pode ser causada por doenças como Diabetes, Hipertensão Arterial, Doença Renal Policística, doenças auto- imunes (como Lúpus Eritematoso Sistêmico), doenças hematológicas (como Anemia Falciforme e o Mieloma Múltiplo), doenças infecciosas (como HIV) e até mesmo Nefrolitíase (cálculo coraliforme).
A Insuficiência Renal Aguda pode acompanhar situações médicas como Sepse (infecção generalizada), pós-operatórios de cirurgias abdominais, complicações obstétricas (como Pré- eclâmpsia ou Síndrome HELLP), Infecção do Trato Urinário (como abcesso renal), anemias hemolíticas (como síndrome Hemolítico- urêmica), toxicidade renal relacionada a determinados medicamentos, pacientes vítimas de acidentes automobilísticos e pacientes vítimas de outros traumas (como facadas ou grandes queimaduras).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da insuficiência renal é baseado em critérios clínicos e laboratoriais, e é marcado pela elevação das chamadas «Escórias Nitrogenadas»(uréia e creatinina). O pH do sangue também fica mais ácido, e na maioria das vezes se elevam os níveis de potássio no sangue. O médico Nefrologista avalia todos esses parâmetros e então decide se um paciente tem ou não necessidade de ser submetido à Terapia Renal Substitutiva, sendo a hemodiálise uma das modalidades para substituir o trabalho dos rins de forma temporária ou permanente.